22 de dezembro de 2005

Eu desejo as pessoas q vem aqui

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero
Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo dono de quem
Desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar

Frejat - amor p/ recomeçar

16 de dezembro de 2005

Será ilusão ou será a vida

Sabia que sentia e vivia . Suave como as gotas de orvalho sobre as pétalas da rosa, e tão mágico quanto o acender da luz do sol. Quando não mais esperava , a tempestade chegou, o mar se agitou , a corda balançou, o desequilibrio veio. As perguntas não cessaram e ainda não cessam. Terá sido sonho e tudo não passava de uma doce ilusão ou será que agora é que dorme e a dor que sente talvez seja apenas mais uma ilusão sentida

À tantas Maria (s)

Ah, você que é uma mulher maria
que não se cansa de esperar,
que não se cansa de acreditar

Ah, você que é uma mulher maria,
não percebe que o inverno não passa,
que a primavera não chega,
que o sol não sai,
que as flores não brotam

Ah, você parece tão cansada
que força é essa que corre em tuas veias
força que te faz capaz de continuar,
que centelha de esperança tão pequena e não se apaga

Ah, mulher maria!
Que ainda acredita,
que a dor irá passar,
que a alma irá se aquietar,
que um sorriso regado á paz vai brotar dos seus lábios

Ah, mulher! você não cansa
bem que já diziam
" Quem traz no corpo a marca Maria possui a estranha mania de ter fé na vida"

9 de dezembro de 2005

O enterrado vivo

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.

Carlos Drummond de Andrade

2 de dezembro de 2005

Abaixo os rótulos



Rótulo, essa coisinha que colocam por fora da embalagem de um produto para fazer propaganda ou dizer o que tem dentro. Às vezes a embalagem nos engana, quase todo mundo já passou por isso, seja como estudante ao ter comprado um livro pela capa e depois ter descoberto que era uma grande porcaria, ou a dona de casa, depois de comprar aquele creme de leite, da embalagem tão bonita, e ao chegar em casa descobrir que nem era tudo aquilo que a embalagem dizia.
Quando se trata de pessoas a coisa funciona mais ou menos assim:
Quando você vai em busca de um emprego, não é você que vai e sim os seus rótulos, lá no seu currículo tem, curso disso, daquilo e etc., eu não posso colocar no meu currículo, olha eu sou uma garota normalmente legal, ás vezes chata , tenho crises de tpm e quando sofro por amor fico mal de verdade, olha me respeite como um ser humano único, não existe ninguém igual á mim em todo o planeta habitado por 6 bilhões de pessoas. Outros exemplos claros também podem ser facilmente observados, normalmente vemos algumas referências assim: sabe o fulano é advogado, estudou em tal faculdade; aquela moça ali é uma vadia; olha aquele pivete ali; aquele é o cara do carrão e por ai vai.
O porquê eu vim escrever isso aqui eu vou contar.
Estava eu, no caje, nessa última terça feira, e uma adolescente me perguntou:
Helen , você não recebe dinheiro para vim aqui.
Eu disse : não
Ela me disse: há! eu achava que você recebia.
Eu perguntei o porque , ela me disse: como você faz isso , passa por toda aquela humilhação de revista para ver a gente, um bando de menor delinqüente. E ela usou justamente essa palavra delinqüente.
Eu respondi á ela que eu não recebia dinheiro, mas como pessoa eu ganhava muito, e não existe dinheiro que pague isso (não existe mesmo), que ali eu também aprendia com a história dela e que eu não a via simplesmente como uma delinqüente.
Depois disso eu fiquei refletindo que delinqüente nada mais é que um rótulo que a sociedade deu á ela e ela abraçou, mas eu queria dizer que independente disso por trás desse rótulo tem uma pessoa única, com uma história única, que fica feliz , que sofre, que também tem qualidades além defeitos, e que só delinqüente não a define por completo, assim como dinheiro, carro e títulos não definem ninguém por completo.
Acima o respeito á individualidade e a humanidade de cada um, e abaixo os rótulos.
Eu vou terminar esse post com uma frase dos racionais Mc' s que diz tudo:


"O dinheiro tira um homem da miséria,
más não pode arrancar de dentro dele a favela"