24 de agosto de 2006

Pensando em você

Eu estou pensando em você.
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com a chuva dos verões
Com o desenho das maçãs
E com você me sinto bem
Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais te esquecer

13 de agosto de 2006

Moldura

São nelas que com orgulho colocamos as nossas melhores recordações. Fotos de pessoas queridas, nossos diplomas, as mais belas paisagens, recordações de lugares, de pessoas, de momentos que nos fizeram bem. Toda vez que olhamos a cena do que passou e do que conquistamos, temos a vontade de voltar o tempo, e sentir novamente aquele gostinho de satisfação e conquista.

A moldura serve p/ isso, recordar. Trazer à memória aquilo que foi prazeroso. Mas há certas coisas das quais ninguém gosta de recordar “são as derrotas” que gosto de chamar de aparentes derrotas, porque com o passar do tempo percebemos que não eram tão ruins assim, e que de fato precisávamos delas. Nunca peguei alguém colocando em uma moldura um certificado de reprovação ou uma foto que não gostou. Essas coisas geralmente queremos esconder p/ que ninguém veja, e muitas vezes queremos escondê-las de nós mesmos. Queremos esconder a nota baixa , queremos esconder a foto feia , queremos esconder o amor não correspondido, queremos esconder que fomos traídos , queremos esconder que traímos , que falhamos , que não nos dedicamos o suficiente, que não cuidamos bem do nosso trabalho , que não cuidamos bem dos nossos amigos . Sim, todas essas coisas queremos esconder, procuramos deixá-las em uma caixa bem trancada e com a chave guardada em um lugar seguro , de modo que se possível até nós nos esqueçamos onde a colocamos. Mas, hoje penso que esses aparentes certificados de derrota devem ser colocados em uma moldura e que toda vez que olharmos p/ eles possamos tirar uma lição daquela situação.

Que a foto feia sirva para que no próximo clique estejamos com um sorriso mais aberto, que o amor não correspondido sirva para que entendamos que aquela pessoa não nos merecia, enquanto lhe oferecíamos vinho e poesia, ela preferiu o sanduíche da barraquinha de cachorro quente da esquina. Que a traição nos sirva para que da próxima vez sejamos mais cautelosos no depositar da nossa confiança, e lembrando as palavras de Frejat “para que não deixemos de duvidar”. Que quando trairmos, possamos perceber que mais do que ao outro, nós traímos a nós mesmos, a nossa palavra, que precisa ter valor ainda que não se registre em cartório. Quando perdermos um amigo por negligência nossa, possamos colocá-lo em uma moldura, e que isso nos sirva de lição para que entendamos que na vida o que temos de mais importante são as pessoas, e que devemos cuidar delas como o nosso bem mais precioso para que não venhamos a perdê-las.

Todas essas aparentes derrotas e tantas outras que encontramos nessa estrada da vida , pedras que as vezes nos fazem tropeçar e muitas vezes chorar muito, devem ser colocadas em uma moldura, mas que ao olharmos para elas não sejamos tomados por nenhum sentimento de auto piedade, e sim de reflexão e de aprendizado, porque situações semelhantes surgirão no curso dessa vida e a recordação de como foi ontem servirá de lição para que hoje sejamos melhores.

Em uma moldura ao lado de nossas conquistas e das nossas melhores recordações devem estar as nossas aparentes derrotas e assim entenderemos o que o poeta quis dizer “Esta é a única vida e contém inimaginável beleza e dor”.

Escrito dia 03 de agosto.

Rabisco de caderno que não pensava postar.