Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo á ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.
Acredito que até os amores mais desgovernados e desmedidos são menos contrários a vontade de Deus do que uma ausência de amor autoprovocada e autoprotetora... Não nos aproximamos de Deus procurando evitar os sofrimentos intrisecos a todos os amores , mas aceitando-os e oferecendo-os a ele, renunciando a toda carapaça defensiva . Se nosso coração tiver de partir se , e ele decidir que é desse modo que deve se partir , assim seja.
C.S Lewis em “Os quatro amores”