22 de setembro de 2005

A sós consigo mesmo

“Qual o problema de estar a sós consigo mesmo”

Acorda as 6:00 s, trabalha de 8 a 10 horas por dia, estuda no mínimo 4 horas, o que sobra de tempo conversa com um amigo e tira para família e o que resta disso dorme, porque ninguém é de ferro. Final de semana tem que ir ao shopping gastar o que se ganha, se não qual o sentido de tudo isso. Toda essa rotina e um salário de 4 mil reais por mês e de repente não mais que de repente um ataque de pânico domingo a tarde, angustia profunda , sudorese e medo da morte, vai ao médico e este lhe diz “isso é apenas psicológico”.
Ataques de pânico são cada vez mais freqüentes em grandes cidades, onde a rotina maçante não permite ao individuo estar a sós consigo mesmo e até mesmo o incentiva a correr da sua própria companhia. A norma é, gaste tempo na rede, lendo, comprando, conquistando posições, tendo para ser e não sendo somente. Tudo se vende, vendem a sua imagem, vendem teu amor, comercializam sentimentos, te mostram qual o ideal de felicidade, te apresentam como deve ser o amor , de preferência com carro do ano , um bom emprego e um belo presente no dia dos namorados, a liberdade nada mais é do que uma calça jeans velha e desbotada, ou seja, vazia de conteúdos humanos. Vende se de tudo, trabalha se para comprar e vive se para manter esse ideal que cada vez mais adoece as pessoas.
O contato consigo mesmo é tão pouco, perde se tanto tempo desejando ser a Gisele Bundchem ou o Leo Di Caprio e tentando se enquadrar nesse ideal de beleza, de consumismo e felicidade que é irreal e inalcançável e se esquecem que cada ser humano é único, o que não o torna nem melhor e nem pior, apenas diferente e devia ser respeitado na sua individualidade. Quando ocorre desse homem moderno estar em sua própria companhia o peso de saber que existe e qual o sentido disso tudo emerge do seu inconsciente, e o mesmo percebe que apesar de ganhar dinheiro e ter conquistado algumas posições o seu ouro é de tolo e ele está apenas com a boca escancarada cheia de dentes mantendo uma cultura inútil e esperando a morte chegar, sua existência não tem sentido e então surgem os sintomas.
Os consultórios dos psicólogos enchem a cada dia mais, com uma importante observação, tem que ser uma terapia breve, ataque os sintomas e não a causa deles , não se tem tempo de repensar a própria vida, de dar um significado mais saudável a própria existência (por isso a psicanálise está saindo de moda), e quando acham que não funciona se entopem de antidepressivos, é como a resposta do nosso querido médico, isso é apenas psicológico, nada que um agonista serotolinérgico não resolva e assim vai a vida do homem moderno, tomando remédios e esperando a morte chegar.

16 de setembro de 2005

A vida real

Ideais desfeitos, expectativas quebradas, sonhos despedaçados, mais erros que acertos cometidos e alguns dias de melancolia e pura nostalgia que aproveitei cada minuto, cada lágrima, me lancei por inteiro nesse mar de sentimentos que surgiram e me permitir chorar muito. Vivenciei com vontade cada minuto da minha dor. Olho agora e vejo que esses momentos de angústia não me fizeram nada mal, me permitiram ver que eu não era tão madura quanto achava e nem tão sensata, e me permitem agora rever alguns pontos na minha vida e me tornar um ser humano melhor. Lembrando Nietszche “tudo que não me mata me fortalece” e após o meu caos interior vejo surgir uma nova estrela.
A vida real e não a ideal me chama, livros para ler, textos a escrever e simplesmente não posso me dar o luxo de ficar dentro do meu quarto chorando pelo que foi e não foi e provavelmente não será mais, matando o resto de esperança que ainda vem assaltar os meus pensamentos. Agora a necessidade de mudança bate a porta, lembrando meu querido Edson "só o que está morto não muda". Necessidade essa que começo a fazer virar realidade agora, primeiro mudando a cara desse espaço que estava mais para Mariazinha do que para Helen Carolina, o nome de romance com a vida (continuarei a ter um sempre ) para News Dreams (novos sonhos ou quem sabe daqui a pouco não mudo de novo de sonhos para novas idéias), mas sempre vilsumbarndo a possibilidade do novo, mudar , mudar sempre, reinventar, caminhar.
Agradeço as pessoas que comentaram o meu texto sobre a dor, como uma forma de animar e me fazer ver a possibilidade do novo.
O próximo post será mais interessante, aguardem e confiem

10 de setembro de 2005

Não adianta correr

A dor
É muito chato esse negócio de sofrer, e o pior é que não tem como evitar . Todo mundo que está nessa vida passa por isso, sem distinção de classe social, escolaridade , cor ou etnia. Isso me lembra Schopenhauer que acreditava que viver é sofrer, estava certo em parte. Acredito que a vida é uma constante de bons momentos seguidos de maus momentos, e o problema é que quando está bom, achamos que essa sensação de bem estar vai ser eterna, e quando está mal, achamos a mesma coisa.
A grande questão de quando as coisas não saem como planejamos é como lidar com a dor e com a frustração que é real. Qual a melhor forma? Se desesperar , deixar os sentimentos tomarem conta da razão, pirar a cabeça, se matar, desacreditar da vida, fingir que a dor não existe. Não!!! Não!!! Não!!!
Há algum tempo venho aprendendo que a melhor forma de sofrer é vivenciar a dor no momento em que está acontecendo, e só pode ser vivenciada por quem sofre, não acontece nenhum tipo de transferência como desejaríamos. Não adianta correr, culpar os outros não resolve e nem alivia. É preciso olhar para dor e encará-la de frente, não fingindo que ela não existe, escondendo a de si mesmo, se o fizer será pior, ela vai se manifestar de outras formas e pode ser trágico para a saúde e para os relacionamentos.
O melhor, como digo sempre, é chorar com vontade quando se tem que chorar, mergulhar em si mesmo, aquietar a mente, perscrutar as causas da dor, ver qual foi o tamanho da perda e chorar por ela. Esse exercício permite com que nos conheçamos melhor, aprendemos quais são os nossos limites reais, e ajuda a passar mais rápido. Não só chorar, mas pensar no problema, refletir e buscar caminhos para sua solução ou simplesmente abandonar aquilo que talvez não tenha solução e não depende só da gente.
Não se afundar e ficar afundado na dor, se afundar nela e levantar–se reinventando a vida, que só é possível de ser vivida quando reinventada.
Ouvindo: Construção
Chico Buarque

8 de setembro de 2005

Paz



O mundo não conhece a paz que procura

Paz, serenidade de espírito, boa harmonia, sossego, conciliação, concórdia, união silêncio. Palavra dita, ansiada e desejada nos dias de hoje, tão usada quando falamos que um país está em guerra e tanta violência que nos cerca o tempo todo. Estamos acostumados a ver todos os dias nos jornais, noticias sobre a briga milenar no oriente médio, crianças que portam armas e são preparadas para dar suas vidas em prol da falta de paz de um povo que julgam desde cedo serem seus inimigos, é claro e óbvio o fato da cultura estar moldando os sentimentos. Não precisamos ir tão longe , a cada dia que passa o índice de violência cometido por e contra crianças e adolescentes aumentam gradativamente, roubos, furtos , vingança, violência, violência e seu ciclo sem fim.

Aquilo que não nos atemos como violência e que é violência, fruto dessa vida corrida onde não se tem tempo de aquietar a mente e refletir sobre o verdaeiro sentido da vida, mil e-mails para ler, para mandar, contas a pagar, a televisão tomando conta dos momentos que a familia precisava para ter comunhão, brincar, sorrir , consolar um amigo , coisas que cairam de moda para a nossa geração internet, e que sua falta estão sendo constantemente projetadas em nossos atos de violência. O chefe descarrega o seu estress no funcionário que por sua vez descarrega nos seus filhos, que por sua vez descontam nos seus professores, que por sua vez descontam nos seus alunos e uma eterna cadeia de violência gerando sentimentos e ações e constante transferência. A violência, seja ela fisica ou verbal sempre promove feridas profundas nas emoções e costuma ter um ciclo vicioso e sem fim.

A marca do momento é que a paz prevaleça no mundo, e as mesmas pessoas que buscam e anseiam por essa paz, e que fazem essas propagandas que são dignas de elogio, são as mesmas que costumam dizer sim a violência, eu e você, simples pessoas comuns, que muitas vezes quando agredidos , agredimos também, porque queremos ter razão e não paz.

O mundo não conhece a paz que busca pelo simples fato das pessoas não terem paz dentro de si para oferecer, e essa precisa ser encontrada para então o mundo poder ter paz de verdade.

Aquiete o espirito e reflita qual o verdadeiro significado da vida, se encontre e busque a paz dentro de si mesmo para então oferecê-la ao mundo.