13 de março de 2006

Humanos , demasiado estranhos

Eu vou me atrever a falar da coisa mais linda, mais amada por Deus (por mim nem sempre) e mais complicada que ele na sua genialidade inventou de criar: O ser humano. A princípio quando me veio a idéia quase desisti e assim foi um “penso , logo desisto” porque como dizem os mineiros ô trenzinho complicado esse negócio de gente , mas a ousadia venceu e lá vou eu me aventurar nesse mistério, hahaha.
O enfoque da minha viagem nessa criatura linda e estranha é relacionamento. Pensa, certo dia somos capazes de jurar amor eterno, no outro somos capazes de ferir sem medir as conseqüências a mesma pessoa que um dia anterior amávamos. Nos magoamos, magoamos os outros e dado o passar de um tempo como já pensava Nietzsche, há uma eterno retorno de todas as coisas que acontecem, e perdoamos e andamos juntos de novo, e depois como diria Vinicius “De repente e não mais que de repente... fez se do amigo próximo o distante” e distante mais uma vez, ou seja, perdoamos, depois odiamos de novo, depois amamos de novo e isso em uma eterna constante, e para ficar mais bonitinho eu vou dizer “fazemos guerra e depois fazemos amor” ou melhor, acho que a ordem é quase sempre essa " fazemos amor e depois fazemos guerra” e para brincar mais com as palavras “ fazemos amor , depois fazemos guerra e depois fazemos amor de novo” agora chega antes que você desista de ler o restante do texto
A princípio quando começamos a nos relacionar somos envoltos por uma chama de amizade e respeito, e uma certa adoração pela pessoa que consideramos o nosso amor, o nosso amigo e etc, o enxergamos como a pessoa mais perfeita do mundo, a super mulher, o super amigo e o super homem (panpanpan!!!) , mas como a rosa que apesar de linda tem seus espinhos, o tempo passa , os dedos descem , escorregam e tocam nos espinhos, e sangram, e dependendo da profundidade do corte sangra muito, e daí então a realidade bate a nossa porta e percebemos que não existe super homem e nem mulher maravilha, e que a única coisa que somos é muita esquisita, e vou citar Nietzsche de novo, percebemos que somos, “apenas humanos, demasiado humanos” ou seja , seres que apesar de existirem muitos são todos diferentes e de difícil convivência, humanos , pessoas que carregam uma história de vida e são cheios de falhas e algumas qualidades. Nesse instante, o que eu chamo de superação da paixão, se percebe que há um longo caminho a ser percorrido e vai requerer disciplina, que é fundamental para qualquer aprendizado, e o aprendizado do qual falo é o aprendizado do amor.

Agostinho faz uma pergunta que me deixa pensativa e eu vou coloca-la aqui

O que é que eu amo quando amo meu Deus?

O que é que eu amo quando amo meu próximo ?

No incicio amamos o símbolo , o que a pessoa representa, o que eu idealizo e projeto nela ou o que vejo de mim nela, muitas vezes algo que eu anseio em ser, e a morte do símbolo causa dor e chamamos isso de decepção, mas hoje eu acho que é fundamental que o símbolo morra, para que eu ame a pessoa humana que existe por trás dele.



8 comentários:

Helen Carolina disse...

Gosto de citações,mas não em excesso como aqui está, mas tirando isso , ele marca a minha volta depois de um período sem ter vontade de escrever aqui. Esse assunto talvez continue no próximo post, ainda há muito o que pensar e dizer. A quem vem, sejam bem vindos.

Anônimo disse...

olá, vim pelo blog do José.
Gostei muito do texto, gosto muito de Sto Agostinho, estou conhecendo Nietzsche (rs).
Símbolos ou rótulos são inevitáveis, mas qdo passamos esta fase, só então acretido, aprendemos a conhecer alguém de verdade ou pelo menos começamos.
Abraços :o)

José de Morais disse...

Gostei muito. Especialmente da parte final, de amar o símbolo inicialmente e só depois conhecer a pessoa. Mas é impossível amar sem gerar expectativas, e o amor verdadeiro sobrevive ao choque de realidade.
Um abraço.

Nádia Ramos disse...

É relamente muito complicado esta criatura, entratanto, o Criador se apaixonou por essa complicação!
Excelente texto!

Darwin disse...

Talvez com racionalidade eu não entenda o amor. Putz, minha racionalidade me diz que sou um lixo...
Fica bem vc tb. Beijo

Helen Carolina disse...

Sabe Darwin, acredito que a paixão que é irracional e não o amor, a paixão mácula os nossos olhos e não vemos o que realmente existe. O amor não, mesmo vendo o que existe , mesmo discordando, eu continuo amando. E outra não creio que seja sua razão que diz que vc é um lixo , talvez os seus sentimentos que dizem isso e eles bem que podem estar errados. Sim Claire, eu tbm pergunto isso, eu gero expectativas no outro e muitas vezes visto algumas roupas e isso creio ser uma interação de cumplicidade de roupas que vestimos, mas cada caso é um caso. bjo grande

Darwin disse...

Nesse exato momento acredito que amar é dizer a verdade.

Anônimo disse...

Gostei bastante do texto também, até idealizei os fatores que poderiam ter levado você a escreve-lo, mas não vou me arriscar a dize-los ^_^

Outra coisa, seu comentário sobre amor e paixão me fez lembrar de uma frase senssacional: "Não há amor que resista a uma saudável reflexão" Marquês de Sade

Tchau lindona! ^_~