10 de setembro de 2005

Não adianta correr

A dor
É muito chato esse negócio de sofrer, e o pior é que não tem como evitar . Todo mundo que está nessa vida passa por isso, sem distinção de classe social, escolaridade , cor ou etnia. Isso me lembra Schopenhauer que acreditava que viver é sofrer, estava certo em parte. Acredito que a vida é uma constante de bons momentos seguidos de maus momentos, e o problema é que quando está bom, achamos que essa sensação de bem estar vai ser eterna, e quando está mal, achamos a mesma coisa.
A grande questão de quando as coisas não saem como planejamos é como lidar com a dor e com a frustração que é real. Qual a melhor forma? Se desesperar , deixar os sentimentos tomarem conta da razão, pirar a cabeça, se matar, desacreditar da vida, fingir que a dor não existe. Não!!! Não!!! Não!!!
Há algum tempo venho aprendendo que a melhor forma de sofrer é vivenciar a dor no momento em que está acontecendo, e só pode ser vivenciada por quem sofre, não acontece nenhum tipo de transferência como desejaríamos. Não adianta correr, culpar os outros não resolve e nem alivia. É preciso olhar para dor e encará-la de frente, não fingindo que ela não existe, escondendo a de si mesmo, se o fizer será pior, ela vai se manifestar de outras formas e pode ser trágico para a saúde e para os relacionamentos.
O melhor, como digo sempre, é chorar com vontade quando se tem que chorar, mergulhar em si mesmo, aquietar a mente, perscrutar as causas da dor, ver qual foi o tamanho da perda e chorar por ela. Esse exercício permite com que nos conheçamos melhor, aprendemos quais são os nossos limites reais, e ajuda a passar mais rápido. Não só chorar, mas pensar no problema, refletir e buscar caminhos para sua solução ou simplesmente abandonar aquilo que talvez não tenha solução e não depende só da gente.
Não se afundar e ficar afundado na dor, se afundar nela e levantar–se reinventando a vida, que só é possível de ser vivida quando reinventada.
Ouvindo: Construção
Chico Buarque

5 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo Helen, levanta a cabeça sacode a poeira e grite bem alto. "Liberdade"!!! Vc é livre pra amar a si mesma, se ame garota, não alimente amor por alguém q não sabe o que quer da vida, chega de esperar q alguém se decida a receber todo este amor q vc tem dentro de si. Não a conheço entrei em teu blog por acaso, mas acho que estou na mesma situação q vc. Precisei dar um basta e seguir em frente. Grande abraço.

Anônimo disse...

Vi uma daquelas histórias com moral, não me lembro da onde. Dizia de um rei que era muito feliz, bem sucedido, e que um dia um sábio veio visitá-lo. O sábio (barba branca, chapéuzinho) deu um papel branco pro rapaz, disse que abrisse em tempos de dificuldade. E vieram os tempos de dificuldade. Invadiram o reino, e o rei, sem saber o que fazer, abriu o papel: "Nem sempre será assim", dizia. E o rei ficou confiante. Resolveu lutar, e lutou, lutou, e conseguiu seu reino de volta. De novo, a alegria, e ele viu o papel de novo: "Nem sempre será assim".
História imensa só pelo primeiro parágrafo, negócio de bons momentos seguidos de maus, eternamente.

Trunkael disse...

Isso me parece a Eterna Reincidência proposta pelo Nietzsche.

Anônimo disse...

Helen,


que texto mais lindo!


Só o que está morto não muda!


Só quem salta inteiro no belo escuro azul profundo da vida é que pode viver de verdade.

Abraços, flores, estrelas..

Anônimo disse...

Helen, apenas os de capacidade inferior podem estar sempre em sua melhor forma e vc não é inferior. Dias haverá em q terá de lutar contra forças q a derrubaria, se pudessem. Os desesperados e os tristes são faceis de conhecer, mas há quem virá com sorriso e mão de amizade, e pode destruir-te. Também contra esse jamais deve ceder o controle. Recorde seus fracassos, se tornar confiante demais. Te cuida garota! Beijos.